sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Abuso Sexual Infantil

Esse tipo de violência doméstica faz centenas de vítimas silenciosas todos os dias. Só a denúncia pode conter este mal. na mesma época em que brincam de boneca, muitas meninas se transformam em brinquedos sexuais de seus pais, tios, irmãos: 70% dos casos de abuso sexual são praticados por familiares. Esse tipo de violência doméstica, que deixa marcas profundas em crianças e adolescentes, é mais freqüente do que se imagina, mas, por incrível que pareça, raramente tem conseqüências para os abusadores. O alvo preferido deles são as meninas, de zero a 14 anos, que, fisgadas pelo afeto, são presas fáceis. Quando pequenas, mal sabem se expressar e, à medida que crescem, confundem carinho com sexo. Mesmo depois de adultas, não conseguem se defender: uma das reações ao abuso é ficar paralisada diante do abusador.

Ao contrário do que se pensa, o abuso sexual não é uma questão restrita às classes sociais desfavorecidas, também ocorre nas classes média e média alta. No Brasil, entre 2000 e 2003, ocorreram 1.565 denúncias, mas a maioria dos casos não chega ao hospital nem à delegacia. 'Medo, vergonha e preconceito inibem a denúncia', afirma Dalka Ferrari, do Sedes Sapientae. Além disso, esse tipo de agressão tem uma característica peculiar: 'Em geral, o abuso sexual doméstico é marcado por comportamentos sedutores e não pela violência, o que oculta os agressores', ressalta Ana Maria Iencarelli, presidente da Abrapia (Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência).

Não é preciso ter contato físico para invadir uma criança com intenções sexuais. Muitas vezes, o abusador se contenta em vê-la tomar banho, pede que se dispa, que mostre os genitais ou que sente no seu colo. Em outros casos, não há limites para a perversão dos abusadores. Não são raros os relatos de adolescentes que engravidaram nessas circunstâncias. Como Fabiana Pereira de Andrade, autora do livro 'Labirintos do Incesto, o Relato de uma Sobrevivente' (Ed. Escrituras), que teve dois filhos do próprio pai. Hoje, aos 27 anos, ela tenta elaborar o que aconteceu e recomeçar a vida ao lado do marido. Agora espera seu terceiro filho, fruto desse casamento.



Reportagem da revista marie Claire
http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML1097333-1740-1,00.html

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