Apesar de existirem diferenças culturais que possam modificar a maneira com que adultos interagem com crianças, Skokauskas deixou claro que abusos na infância ocorrem em todas as nações. Ele define quatro principais categorias de abuso: sexual, emocional, físico e a negligência. Os menores mais vulneráveis e, portanto, mais sujeitos a sofrerem abusos por parte de adultos, são, por exemplo, os deficientes, os filhos de pais com depressão ou que abusam de drogas e álcool, crianças que vivem em orfanatos, abrigos, na rua ou em comunidades com poucos recursos sociais. O professor afirma que, diante da suspeita de abuso, o profissional deve considerar a possibilidade, buscar sinais e registrar toda a informação que a família trouxer no exame clínico. “É muito importante ouvir o que a criança diz ou aquilo que ela queira dizer. Na maioria dos casos, ninguém escuta a criança antes. Dar a oportunidade de falar sobre e dar um ambiente seguro para isso é essencial”, afirma Skokauskas. |
Um abuso leve pode trazer danos a longo prazo, portanto é importante que o profissional tenha em mente que a severidade dos sinais não necessariamente é igual à severidade do abuso. O fato de a palavra da criança muitas vezes não ser levada em conta é um grande obstáculo à eliminação desse problema, ainda mais quando o abuso se dá dentro de uma instituição. Na Irlanda, 87% da população é católica: o estudo do professor pretendia investigar qual foi o pior tipo de abuso sofrido por crianças dentro de instituições vinculadas à Igreja. O estudo mostrou que crianças institucionalizadas se tornam adultos com comprometimento do apego seguro em relação a outras pessoas, isto é, apresentam problemas de auto-estima e de sociabilidade. Além disso, o professor revelou que 18,3% dos adultos da pesquisa que sofreram abuso sexual na infância, por exemplo, têm atualmente algum transtorno antissocial, enquanto 56,7% deles sofrem com a dependência de substâncias como álcool e drogas. Skokauskas defende que profissionais devem compartilhar experiências, criar fundos para projetos de pesquisa e desenvolver projetos educativos. Para ele, o intercâmbio de informações é importante, já que a criança, quando não ajudada, muitas vezes está sozinha. Sobre o que o profissional da saúde deve fazer quando descobrir que uma criança com quem trabalha sofreu algum tipo de abuso, o professor comenta: “Cada caso é diferente, portanto é difícil fazer uma recomendação genérica. A família e a criança precisam de apoio, já que os pais frequentemente se sentem culpados e precisam de ajuda”. Tomar as devidas providências para que a criança seja afastada da pessoa que cometeu o abuso e encaminhá-la para acompanhamento profissional são exemplos de primeiros passos para minimizar a dor do paciente. Por Victória Cirino vgcirino@gmail.com 16/09/2011 |
Rosemeire Rocha Domingos
Gerente de Serviço/Psicóloga CRP. 06/ 8497
Serviço de Proteção Social á Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência
“Amar e Proteger 2” Brasilândia
U.S. Brasil Gigante
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